GALANTAMINE: alcalóide Amaryllidaceae extraído da Galanthus nivalis utilizado no tratamento da doença de alzeimer

 

Galanthus nivalis

A galantamine é um alcalóide Amaryllidaceae encontrado nos bulbos de várias plantas da família Amaryllidaceae. Foi obtido pela primeira vez a partir da planta Galanthus nivalis, e atualmente é extraído em plantas do gênero Narcissus e Galanthus ou obtidas por quimiossíntese. Em muitas áreas da Europa, como a Bulgária, no leste da Turquia e no Cáucaso, as plantas do gênero Galanthus são espécies nativas. Mas suas primeiras aplicações farmacêuticas não são conhecidas. 

Galantamine

Nome químico: (4aS,6R,8aS) -4a,5,9,10,11,12-Hexahidro-3-metoxi-11-metil 6Hbenzofurol
[3a,3,2,-ef][2] benzazepin-6-ol

Fórmula molecular: C17H21NO3 

Galantamine

A galantamine é um alcaloide terciário e inibidor competitivo reversível da enzima acetilcolinesterase (AChE), alvo terapêutico amplamente estudado e utilizado no tratamento da doença de Alzheimer. A galantamine foi estudada pela primeira vez para tratamento de condições paralíticas e neuropáticas, como miopatias e condições paralíticas pós-pólio, e para reversão do bloqueio neuromuscular. Após a descoberta de suas propriedades inibidoras da AChE, os efeitos cognitivos da galantamine foram estudados em uma ampla variedade de distúrbios psiquiátricos, como comprometimento cognitivo leve, comprometimento cognitivo na esquizofrenia e transtorno bipolar e autismo; no entanto, o redesenvolvimento da droga para a doença de Alzheimer não começou até o início de 1990 devido a dificuldades na sua extração e síntese. No início da década de 1950, os cientistas da União Soviética iniciaram a pesquisa da medicina moderna da galantamine. Em 1951, o farmacologista Mashkovsky e Kruglikova-Lvova foram os primeiros a comprovaram as propriedades de inibição de AChE, da galantamine. Em 1957, o farmacologista búlgaro Paskov em suas pesquisas afirma que as plantas do gênero Galanthus eram as fontes mais ricas de galantamina, o que abriu um caminho para o seu desenvolvimento comercial pela empresa Sopharma na Bulgária. O bromidrato de galantamine foi lançado no mercado sob o nome comercial de Nivalin. Em 1976, um cientista da Rússia descobriu que a galantamine combinava com estimulação elétrica para melhorar a dor induzida por escopolamina na perda de memória em ratos. Em 1988, cientistas búlgaros descobriram que administração oral de bromidrato de galantamine, combinado com vitaminas do complexo B, fortalecia a ação da galantamine na excitação do sistema nervoso central, promovendo a formação de reflexo condicionado e melhora na memória. Em 1990, pesquisadores americanos relataram que ele poderia melhorar o comprometimento da memória em camundongos e ainda levantaram a hipótese de que ele podia ser eficaz no tratamento de distúrbios colinérgicos centrais na doença de Alzheimer. Em 1995, pela primeira vez o bromidrato de galantamine foi lançado no mercado como indicação para o tratamento da doença de Alzheimer de leve a moderada, desenvolvido pela Sanochemia Produtos farmacêuticos. Nos Estados Unidos, o bromidrato de galantamine foi desenvolvido pela Janssen Pharmaceuticals, uma subsidiária da Johnson & Johnson, e foi listada sob o nome comercial de Razadyne em 2001. Até agora, o bromidrato de galantamina está sendo comercializado em mais de 20 países e regiões, como os Estados Unidos, Europa e Japão. Em concentrações submicromolares, inibe a atividade da acetilcolinesterase, mas é muito menos potente contra a atividade da butirilcolinesterase. Ele tem sido usado também em anestésicos para reverter a paralisia neuromuscular por relaxantes musculares do tipo tubocurarina. A galantamine pode ser encontrada nas seguintes plantas:

REINO

FAMÍLIA

ESPÉCIES

Plantae

Amaryllidaceae

Crinum asiaticum L. 

Plantae

Amaryllidaceae

Crinum jagus 

Plantae

Amaryllidaceae

Galanthus elewesii

Plantae

Amaryllidaceae

Galanthus elwesii

Plantae

Amaryllidaceae

Leucojum vernum

Plantae

Amaryllidaceae

Narcissus pseudonarcissus subsp.pseudonarcissus

Plantae

Amaryllidaceae

Pancratium maritium

Plantae

Amaryllidaceae

Pancratium sickenbergeri

Referências Bibliográficas

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Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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