Algumas plantas Medicinais da Família Fabaceae


A família Fabaceae, comumente conhecida como família das leguminosas ou das ervilhas, é conhecida por sua diversidade de plantas com propriedades medicinais significativas. Muitas espécies dentro desta família têm sido tradicionalmente empregadas em vários sistemas médicos em todo o mundo, incluindo Ayurveda, Medicina Tradicional Chinesa e fitoterapia nativa americana. Vejamos agora alguns exemplos de plantas medicinais desta família:
Astragalus membranaceus (Huangqi)

Astragalus membranaceus, comumente referido como Huangqi, é uma erva chave na medicina tradicional chinesa. Conhecida por suas propriedades imunoestimulantes e cardioprotetoras, esta erva possui compostos bioativos como astragalósidos, flavonoides e polissacarídeos, que ajudam a fortalecer o sistema imunológico e protegem contra o estresse oxidativo. Estudos indicam que o Huangqi apresenta efeitos anti-inflamatórios, modula as respostas imunes e melhora a saúde cardiovascular, tornando-o um potencial candidato para combater várias doenças.

Glycyrrhiza glabra (alcaçuz)

Glycyrrhiza glabra, ou alcaçuz, é uma planta medicinal amplamente reconhecida, usada na medicina natural ayurvédica e ocidental. Seus principais constituintes ativos, glicirrizina e ácido glicirrético, têm sido associados a efeitos anti-inflamatórios, antivirais e hepatoprotetores. Além disso, o alcaçuz possui propriedades emolientes, expectorantes e antiúlceras, que levaram à sua utilização para distúrbios respiratórios, doenças gastrointestinais e até como terapia adjuvante contra certas infecções virais.

Trifolium pratense (Trevo vermelho)

Trifolium pratense, comumente conhecido como trevo vermelho tem sido tradicionalmente utilizado por suas propriedades fitoestrogênicas. Rico em isoflavonas, particularmente genisteína e daidzeína, Red Clover apresenta efeitos semelhantes aos do estrogênio, levando ao seu uso no tratamento dos sintomas da menopausa. Além de seu potencial de equilíbrio hormonal, esta erva também exibe propriedades antitumorais, antioxidantes e anti-inflamatórias, tornando-se um assunto de interesse na prevenção do câncer e na pesquisa de tratamento.
Pueraria lobata (Kudzu)

Pueraria lobata, coloquialmente conhecida como Kudzu, é uma trepadeira invasora nativa do leste da Ásia. Tradicionalmente utilizado na Medicina Tradicional Chinesa, o Kudzu tem chamado a atenção de pesquisadores devido às suas potenciais aplicações terapêuticas. Seu principal composto bioativo, a puerarina, apresenta efeitos vasodilatadores, anti-hipertensivos e neuroprotetores. Estudos sugerem que o Kudzu pode ser promissor na mitigação do vício em álcool, distúrbios cardiovasculares e doenças neurodegenerativas por meio de sua capacidade de modular várias vias fisiológicas.

Medicago sativa (Alfalfa)

Medicago sativa, comumente conhecida como alfafa, é uma erva nutritiva cultivada em todo o mundo e altamente considerada por suas propriedades medicinais. Rica em vitaminas, minerais e fitoquímicos, a alfafa tem sido atribuída a vários benefícios à saúde. Esta erva é frequentemente usada como um diurético natural, desintoxicante e auxiliar digestivo. Além disso, a alfafa possui propriedades estrogênicas, que levaram ao seu uso como terapia de suporte para condições relacionadas a hormônios, como menopausa e osteoporose.

Cytisus scoparius (Vassourinha)

Cytisus scoparius, também conhecida como vassourinha, é uma planta arbustiva conhecida por suas propriedades medicinais na prática da medicina popular. Um dos principais componentes ativos presentes no Broom é a escoparona, que apresenta efeitos diuréticos, anti-inflamatórios e hepatoprotetores. Esta erva tem sido usada tradicionalmente para ajudar na digestão, aliviar o edema e promover a saúde do fígado. Além disso, Broom tem potencial como tratamento adjuvante para insuficiência cardíaca, embora sejam necessárias mais pesquisas.

Cassia angustifolia (Senna)


Cassia angustifolia, comumente referida como Senna, tem uma longa história de uso em sistemas médicos tradicionais por suas propriedades laxativas. Os componentes ativos encontrados no Senna, conhecidos como antraquinonas, estimulam a motilidade intestinal e a secreção de fluidos. Devido ao seu tempo testado.

Referências Bibliográficas

Ahmad, F., Anwar, F., & Hira, S. (2016). Review on medicinal importance of Fabaceae family. Pharmacologyonline3, 151-157.

Fenner, R., Betti, A. H., Mentz, L. A., & Rates, S. M. K. (2006). Plantas utilizadas na medicina popular brasileira com potencial atividade antifúngica. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas42, 369-394.

Jin, S., Zhang, S. S., Shad, N., Naeem, A., Yang, Y. D., & Wu, S. K. (2022). Investigação etnobotânica de plantas medicinais usadas no condado de Lingchuan, Shanxi, China. Brazilian Journal of Biology82, e260774.

Parvaiz, M., Hussain, K., Khalid, S., Hussnain, N., Iram, N., Hussain, Z., & Ali, M. A. (2014). A review: Medicinal importance of Glycyrrhiza glabra L.(Fabaceae family). Global J Pharmacol8(1), 8-13.

Ribeiro, D. A., Macêdo, D. G., Oliveira, L. G. S., Saraiva, M. E., Oliveira, S. F., Souza, M. M. A., & Menezes, I. R. A. (2014). Potencial terapêutico e uso de plantas medicinais em uma área de Caatinga no estado do Ceará, nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais16, 912-930.

Silveira, F. S., & Sfoggia Miotto, S. T. (2013). A família Fabaceae no Morro Santana, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil: aspectos taxonômicos e ecológicos. Revista Brasileira de Biociências11(1).

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem