PAPOULA CELANDINE : planta que é usada na medicina tradicional para promover a cicatrização de feridas e como analgésico


Stylophorum diphyllum

A Stylophorum diphyllum, comumente conhecida como papoula Celandine ou papoula de madeira, é uma planta do leste da América do Norte. É membro da família Papaveracea. Pertence ao gênero Stylophorum, que consiste em apenas uma espécie. Esta planta herbácea perene possui várias características distintivas. Normalmente atinge uma altura de cerca de 30 a 60 centímetros. As folhas são profundamente lobadas e dispostas em roseta basal. Cada folha tem dois lóbulos, daí o nome da espécie “diphyllum”, que significa “duas folhas”. As folhas são verdes brilhantes e proporcionam um cenário atraente para as flores. Ela produz flores solitárias em forma de xícara com cerca de 3 a 5 centímetros de diâmetro. As flores têm quatro pétalas amarelas brilhantes e numerosos estames amarelos no centro. As pétalas são delicadas e conferem à planta um aspecto alegre. As flores desabrocham na primavera e podem continuar a florescer esporadicamente durante o verão. Depois que as flores são polinizadas, elas se desenvolvem em vagens alongadas. Esses frutos têm cerca de 5 a 10 centímetros de comprimento e contêm numerosas sementes pequenas e acastanhadas. Quando os frutos amadurecem, eles se abrem para liberar as sementes, permitindo a dispersão natural. É nativa do leste da América do Norte, especificamente do leste dos Estados Unidos e do sudeste do Canadá. É comumente encontrado em habitats úmidos e sombreados, como florestas decíduas, bordas de florestas e ao longo das margens de rios. A planta prefere solos ricos e bem drenados. A Stylophorum diphyllum, tem uma história de usos medicinais tradicionais. Veja alguns deles:

Propriedades analgésicas: Alguns usos tradicionais da planta envolvem seu potencial como agente analgésico ou analgésico. As tribos nativas americanas usavam várias partes da planta, incluindo raízes e folhas, para fazer cataplasmas ou infusões para aliviar a dor associada a dores de cabeça, de dente e outros desconfortos menores.

Propriedades Anti-inflamatórias: A planta tem sido tradicionalmente utilizada por suas propriedades anti-inflamatórias. Infusões ou decocções feitas a partir das raízes ou folhas de Stylophorum diphyllum foram aplicadas topicamente para aliviar inflamações da pele, erupções cutâneas e pequenas feridas.

Cicatrização de feridas: A planta também é usada na medicina tradicional para promover a cicatrização de feridas. Cataplasmas ou pomadas feitas de folhas ou raízes esmagadas eram aplicadas em cortes, hematomas e pequenas irritações da pele para auxiliar no processo de cicatrização.

Problemas respiratório: tem sido usado em remédios tradicionais para problemas respiratórios. Infusões ou tinturas feitas a partir da planta eram consumidas para aliviar potencialmente os sintomas de tosse, resfriado e bronquite.

Sedativo e Relaxante: Alguns usos tradicionais da planta sugerem seu potencial como sedativo ou relaxante. Foi usado para promover relaxamento, acalmar os nervos e potencialmente ajudar no sono. É importante reiterar que estes usos medicinais são baseados em conhecimentos históricos e tradicionais.

A planta contém compostos ativos que podem ter potenciais propriedades medicinais, mas é fundamental utilizá-la com segurança e responsabilidade. Aqui estão alguns métodos que têm sido usados em preparações tradicionais:

Infusão: Para preparar uma infusão com Stylophorum diphyllum, você pode usar folhas ou raízes secas. Basta colocar um pequeno punhado do material vegetal em um copo e despejar água quente sobre ele. Deixe em infusão por cerca de 10-15 minutos, depois coe e beba. Este método é comumente usado para suporte respiratório, relaxamento e outros benefícios medicinais potenciais.

Cataplasma: Para fazer o cataplasma, você pode usar folhas ou raízes frescas esmagadas. Esmague suavemente o material vegetal para liberar seus sucos e aplique-o na área afetada da pele. Prenda-o com um pano limpo ou curativo e deixe agir por um período determinado.

Tintura: A tintura é feita pela extração dos compostos ativos da planta com álcool ou uma mistura de álcool e água. Para criar uma tintura de Stylophorum diphyllum você precisará picar ou moer as folhas ou raízes secas e colocá-las em uma jarra de vidro. Cubra o material vegetal com álcool, e feche bem o frasco. Deixe descansar por várias semanas, agitando periodicamente. Após o tempo designado, coe o líquido e guarde em frasco de vidro escuro. As tinturas são frequentemente usadas para uso a longo prazo e podem ser tomadas por via oral em pequenas doses.

A Stylophorum diphyllum, contém vários compostos químicos que contribuem para suas potenciais propriedades medicinais. Alguns dos compostos encontrados incluem:

Alcaloides: A planta contém vários alcaloides, incluindo estilopina, quelidonina e protopina.

Flavonoides: a planta é rica em flavonoides, como quercetina e kaempferol.

Compostos fenólicos: contém compostos fenólicos, incluindo ácido caféico e ácido p-cumárico.

Óleos Essenciais: A planta também pode conter pequenas quantidades de óleos essenciais, o que pode contribuir para as suas propriedades aromáticas. No entanto, a composição específica e o significado destes óleos não foram bem estudados.

É importante notar que a composição química das plantas pode variar dependendo de vários fatores, como condições de crescimento, métodos de colheita e partes da planta utilizadas. A presença e concentração destes compostos podem variar em diferentes partes do Stylophorum diphyllum, como folhas, caules ou raízes.

Referências Bibliográficas

Bown, Deni. The Royal Horticultural Society New Encyclopedia of Herbs and Their Uses. Dorling Kindersley Ltd, 2002.

Grieve, Maud. A Modern Herbal. Dover Publications, 1971.

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Lust, John. The Herb Book. Bantam, 1983.

Moerman, Daniel E. Native American Ethnobotany. Timber Press, 1998.

Southeastern Flora: Wood Poppy (Stylophorum diphyllum). Acesso em 09/09/2023: http://www.southeasternflora.com/view_flora.php?plantid=582

Profº. M.Sc. Décio Escobar

Sou professor de Biologia e Botânica, com Especialização em Fitoterapia, Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Mestrado em Ciências Ambientais, atualmente com nove livros publicados.

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